quarta-feira, 27 de agosto de 2008

DESABAFO: A minha história!

Assumo, ando mais ou menos. Mais pra menos do que pra mais. Embora a vida me faça acreditar que a gente pode mais eu não estou nada "mais". Sei que são fases e nada além de malditas fases. Mas que nem diria Chico, pra mim, "a coisa aqui tá preta". Há duas semanas meu pai perdeu o emprego. E não é só um emprego, é uma história, a minha história!

Parece que era ontem que eu andava de motoca pelos prédios da Cohab de Passo Fundo. Ou que eu ficava em frente a tv imitando a xuxa (que hoje acho rídicula por sinal). Parece que era ontem que eu ficava brincando no restaurante dos meus pais. Ou melhor, parece que era ontem que a combi me largava na Rua Mato Grosso, número 34 e eu ia correndo para os braços do seu Jerônimo meu avô. Não esqueço também de quando catava coquinho no fundo da casa dele, dos churrascos de família na garagem, de subir nas árvores para pegar limão ou laranja (não lembro qual era a fruta). Mas lembro que eu acreditava no papai noel, e mesmo sabendo que ele era o tio Elvio, eu e minhas primas nos arrumavámos todas noites de natal para esperar ele, pagar uma prenda e ganhar os presentes. Lembro também que toda vez que minha mãe me levava junto para ver meu pai na fábrica da Brahma um portão cinza gigante se abria e lá estava ele.

Não lembro da primeira demissão. Não lembro de como e quando a Brahma faliu. Mas lembro quando viemos pra Porto Alegre morar com a minha madrinha. Deixamos nosso apartamento na Cohab e viemos. O apartamento de Porto Alegre era no centro, e eu, que tinha meu quarto todo rosa, todo fofo, só meu, comecei a dividir a cama com meus pais, em seguida com minha dinda. Aliás, minha mãe, meu pai, e eu começamos a dividir as nossas vidas com a minha madrinha. Ficou pra trás a certeza de que todo mês de julho eu sempre teria as melhores férias do mundo em Passo Fundo, com minhas primas e minha família, e de que quando chegasse o verão o capitão Jerônimo me levaria para algum apartamento ou casa em Capão da Canoa. Ficou a saudade de morar na minha própria casa, de ter meu próprio quarto, das brincadeiras de criança de cidade pequena e de várias outras coisas. Tudo isso porque em Porto Alegre começaríamos uma outra etapa de nossas vidas, porque era certo que meu pai iria trabalhar na Secretaria da Agricultura.

Não foi fácil me adaptar a um apartamento, não poder brincar de pé no chão na rua até o anoitecer quando a dinda Iara saia da janela pra gritar “tá na hora de entrar Natália”. Não foi facíl estudar com gente que falava “seti, redi, leiti”, enquanto eu falava “setE, redE, leitE”. Lá eu brincava de esconde -esconde, de casinha. Aqui eu aprendi a arrumar os cabelos da barbie, a ter mochila de rodinhas e olhar tv antes de ir a aula.

Passaram-se mais de 15 anos. Meu pai na secretaria, minha mãe na defensoria pública, eu tive que ir pro Colégio Rosário. E tudo aconteceu de trás pra frente: eu resolvi sair do Rosário porque não aguentava mais aquele mundinho de meus colegas. Aquela não era a minha realidade. Eu sempre tive tudo, mas não fui criada assim. Nunca quis ir pra Bariloche ou Porto Seguro. Entrei pro Teatro e resolvi mudar de colégio. No meio da faculdade surge o câncer da minha mãe, lá se vai a defensoria pública. E como não bastasse, dois anos depois uma nova surpresa: a demissão, sem aviso prévio, sem nada, do meu pai.

Agora dá vontade de perguntar pra esse raio de vida pq não pode ser ao contrário? Pq ele não foi demitido, eu volto a ser criança, a gente volta pra passo fundo...etc...etc... Por que justamente o maior motivo que fez toda nossa vida mudar está me deixando com cabelos brancos com apenas 21 anos, com noites de insônia, desânimo e mau-humor. Não só eu, mas conheço muito bem minha mãe e meu pai, e sei da preocupação deles. Eu sei da união da minha família e sei que não vamos ficar na merda sozinhos. Mas odeio não saber o que fazer!


Vilarejo - Marisa Monte

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera

Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

*

domingo, 10 de agosto de 2008

Ligando o foda-se

Há dias sem tempo e paciência pra escrever...

O ruim da semana foi a TPM, o mau humor e a carência. O mais legal, lindo e maravilho foi O teatro mágico! Nossa os caras são bom demais! Há tempos não assistia a algo que me deixasse sem ar, sem palavras! Também fazia tempo em que eu não me curtia. É! Fazia tempo que não pensava de fato só em mim. Comprei meu ingresso semanas antes, sem combinar com ninguém, e fui sozinha pro show. (Tava contanto os dias pra essa aprsentação, tava há tempos querendo ver eles). Pontos pra mim que preciso recuperar minha auto-estima e independência. Tô muito feliz. Tô ligando o meu foda-se de novo!

Resultado? Acordei na sexta-feira muito disposta! Agora tô contando os dias pra campanha acabar, quero canalizar essa motivação pra eleger a Gisele e a Manu, e depois de outubro voltar pro teatro! CHEGA! Vou fazer o que me faz bem!


Pra fechar a semana me acabei no show do Monobloco. Putz samba, maracatu, frevo, etc, etc, etc...que loucura. Como é bom esquecer tudo e morrer dançando! Antes do show deles teve a Mart´nália. Outro show maravilhoso! A mulher comanda no palco! Toca samba de verdade, me fez até chorar (embora isso não estivesse no script). E tocou a minha música, título dest blogo - "sonho meu".



Por falar em script agora só tá faltando eu matar as saudades de ir ao cinema. Que vergonha, mais de um ano sem ir...bueno, já tenho programa pra próxima folguinha que aparecer na agenda!


Resumo dos últimos dias:


O teatro mágico - Camarada D´agua + O anjo mais velho

Martnália - Cabide + Pretinhosidade + Chega

Mobloco - Eu quero é botar meu bloco na rua



.