quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desculpas

Este post é um pedido público de desculpas. Vou explicar...

No meu aniversário abri os olhos, ouvidos e o coração e prestei atenção com muito cuidado e carinho no que meus amigos me falaram. Mas o que uma amiga me disse em especial me tocou profundamente. Não vou citar nomes de quem falou, nem citar nomes de quem quero me desculpar. Os que sabem irão entender.

Primeiro gostaria de deixar bem claro que vocês me conhecem e sabem muito bem como sou. Não preciso e nem quero ficar justificando meu jeito de ser. Quando a gente gosta de alguém, seja no amor ou na amizade, aceitamos, ou aprendemos a aceitar, as pessoas como ela são.

Acredito que por várias vezes eu pedi e cobrei de vocês muito mais do que aceitei. Por isso o meu pedido de desculpas. Como bem disse essa amiga eu peguei o peso que o mundo e a vida colocaram em minhas costas e dividi com vocês. Muitas vezes esqueci que vocês também tinham problemas. Infelizmente os meus problemas pareciam ser maiores, parecia ser o final do mundo. Mas aqui estou e meu mundo não acabou. A vida segue!

Nem todos levaram consigo alguns quilos de peso "dos problemas da Natália". Alguns simplesmente não quiseram, outros não se importaram, outros tinham os seus problemas ou até mesmo outras coisas mais importantes. Não julgo. Sério, não julgo mesmo! A vida tem me ensinado muito. Estou revendo meus conceitos e além disto estou tentando lidar com meu maior defeito: o rancor. Não é fácil lidar com a gente mesmo, nada fácil.

Bom, o quero dizer pra vocês é que problema não se compara. Se forcei vocês a absorverem meus problemas peço desculpas. Acredito, aliás, nunca deixarei de acreditar que amigos também são pra isto. Amigos transformam a mesa do bar em divã.

Se deixei de ser divã para vocês não foi por querer. Ninguém tinha e ninguém tem obrigação de levar o problema dos outros para a sua vida. Sei com quem posso contar para cada coisa. Mas quero que saibam que também podem contar comigo. Falarei dos meus problemas pra vocês e também escutarei os problemas de vocês. Fazer parte da vida de cada um também me deixa feliz!

Por enquanto é isto. Um singelo pedido de desculpas que finalizo com este poema, dizem ser o Einsten. Independente do autor ele diz muito.


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pedaços de mim

Hoje não vou chorar. O dia 21 de fevereiro com certeza foi o dia mais feliz na vida deles!
Para eles que por toda eternidade serão "pedaços de mim"...


Pedaços de mim (Martha Medeiros)

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Uma fatia de sonho?

Era madrugada de uma noite qualquer em Porto Alegre. Quatro mulheres jogavam canastra na sala e ouviam alguma música no estilo Maria Bethânia ou Chico Buarque. O whisky era acompanhado de pedras de gelo. Ao lado das mulheres, da bebida, das cartas e da boa música uma menina rodava incessantemente a mesa do jogo e repetia: "Mãe, quero pintar meu cabelo de loiro".

Alguns anos se passaram e lá estava a menina de cabelos dourados...

Essa é uma das inúmeras lembranças que tenho de minha infância. Cresci no meio de uma família grande, repleta de amigos, e que me apresentou a este tal cara chamado Chico Buarque. Cresci no meio de boêmios e da roda de samba. Uma mestre na arte do direito, um mestre na arte da cozinha e uma rainha do lar me deram tudo aquilo que se tem de mais importante na vida: amor!

Aos seis, sete, oito anos de idade parecia impossível pintar meus cabelos de loiro. Aqui estou eu, completando 24 anos e com o cabelos mais claros (não completamente loiros).

Bom, dai você deve estar se perguntando por qual motivo resolvi falar disto justo no meu aniversário? Pois é, ao invés de dividir com vocês uma fatia de bolo preferi compartilhar com vocês um pouco dos meus sonhos!

Quem nunca parou para fazer um balanço de sua vida em seu aniversário? Eu fiz isto nos últimos dias. O resultado são algumas certezas e várias incertezas. Estou recomeçando. Mas aquele meu grande e velho sonho continua dentro de mim. Continua tão novo e insistente quanto aquela menina que um dia quis pintar os cabelos de loiro. No meu sonho também tem um pedaço de pão e um pouco de açúcar. Não preciso nem dizer qual é né? Então pra vocês, um pedacinho do meu sonho...




Obs: Esse post é dedicado a todos aqueles que fazem parte da minha vida ou que um dia cruzaram meu caminho. Amigos, amores ou desafetos, seja o que for, aprendi muito com vocês!



domingo, 20 de fevereiro de 2011

A voz do coração

"Cada um pode com a força que tem na leveza e na doçura de ser feliz".

Essa frase é trecho de uma música da Vanessa da Mata, cujo título é "Onde ir". A letra é simplesmente linda e a composição da música muito mais. Hoje ouvi ela e lembrei que uma querida amiga me dedicou esta frase no meu aniversário ano passado. Parei, ouvi, senti e refleti...


Ouvir o coração...

Ano passado meu pai partiu três dias antes do meu aniversário, além disto era carnaval. Já imaginou meu aniversário no carnaval? É juntar a fome com a vontade de comer! Mas infelizmente nem tudo sai como planejamos. Resolvi ouvir meu coração e abri mão do presente de aniversário que tinha ganhado dele mesmo. Deixei de ir para o Rio de Janeiro e escolhi ficar ao lado dele e da minha família. Fiz a escolha certa, pois fiquei ao lado dele até seu último suspiro.

Meus amigos não deixaram de comparecer em momentos tão antagônicos: no enterro do meu pai e depois no meu aniversário. Alguns deles me deram um presente extremamente simbólico, lindo e criativo. E lá neste presente consta a frase de abertura deste post.

Não se completou nem um ano que ele partiu e lá se foi ao encontro dele minha mãe. Desta vez ela nos deixava também três dias antes de seu aniversário. Assim como meu pai minha mãe "convivia", lutava diariamente contra um câncer, e ambos sempre me permitiram e me incentivaram a fazer tudo e nunca abrir mão de nada. Porém mais uma vez resolvi ouvir meu coração. Dos inúmeros convites que recebi para festejar o reveillon longe de casa escolhi ficar ao lado de minha mãe e minha família. Esta é outra escolha da qual não me arrependo, pois também fiquei ao lado dela até o último suspiro, aliás, suspiro profundo diga-se de passagem.

Minha mãe lutou até o último minuto, nunca se deixou abater, desde 2006 enfrentou o câncer de frente. Em seus últimos dia de vida, já hospitalizada, mesmo não conseguindo falar direito por causa do tubo de oxigênio fazia piadas. Vaidosa como sempre pediu que eu fizesse suas unhas. Fez planos, queria mudar os móveis de lugar em casa, estava de malas prontas para ir visitar meu tio em Santa Catarina, queria ir à praia, tomar cerveja e comer camarão.

Estou aprendendo muito com os últimos acontecimentos que ocorreram em minha vida. Os dois últimos anos não foram fáceis. Como disse no penúltimo post "é tempo de recomeçar"! Não sei se fui uma boa filha, sempre fui um pouco revoltada e muito desobediente. Mas diante de tudo isto tenho uma coisa bem clara dentro de mim: consciência e coração leves.

Não me arrependo das coisas que abri mão por meus pais. Poucos sabem, (aliás, acho que somente minha madrinha e meus pais), que havia ganhado uma bolsa de estudos na Espanha. Infelizmente essa oportunidade bateu a minha porta no mesmo momento em que descobrimos o câncer do meu pai. Lembro como se fosse ontem, do dia em que ele me chamou em seu quarto, e com os olhos cheio d´água, pois era muito emotivo, naquela conversa particular de pai para filha, disse que deveria ir. Não fui.

A melhor escolha que pude fazer, assim como nos outros momentos que já contei aqui, foi ter ficado em casa. Sou insegura e indecisa, mas só acertei "onde ir" pois ouvi meu coração.





Onde ir (Vanessa da Mata)


Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LUTO


Como era de se imaginar eu deixei este cantinho meio abandonado. Entrei aqui hoje e vi que ganhei novos leitores, que bom! Também vi que recebi recados de carinho, muito obrigada a todos!

Alguns já sabem que no dia 09 de janeiro a mulher mais importante da minha vida partiu. Foi se encontrar com meu pai. Então peço desculpas aos poucos e queridos leitores do meu blog, mas ainda estou fechada para balanço. É tempo de recomeçar, mas em breve passo por aqui!

Fácil não está sendo, mas meus pais me deixaram muitos ensinamentos, principalmente me deram muito amor, e com eles, com a vida deles, aprendi que o amor é fundamental, pois nem a morte os separou.

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."