domingo, 9 de outubro de 2011

Eu fiz do meu jeito


P.S: Sei que estou sumida do blog! De junho pra cá muitas coisas aconteceram, estou apenas tentando fazer aquilo que me comprometi, a palavra é FOCO!!!!

sábado, 18 de junho de 2011

Se esqueceu de mim?

17 de fevereiro de 2010. Noite quente de verão porto-alegrense. Poucos dias para meu aniversário. Ele me chama em seu quarto e pede que eu o tape com um cobertor. Estranhei tal pedido com todo aquele calor. Depois que eu o tapei dei um beijo em sua testa. Ele falou: "obrigada filhinha, Deus vai te retribuir por tudo isso".

Essas foram as últimas palavras que meu pai me disse antes de partir na manhã seguinte, em 18 de fevereiro de 2010. Hoje faz 1 ano e 4 meses deste triste dia e pelo licença para olhar pro céu e perguntar: "Deus, tu se esqueceu de mim?"

terça-feira, 31 de maio de 2011

Amando e carpinejando

Levante a mão, ou comente aqui, quem não se identificar com uma vírgula do texto do sempre brilhante Carpinejar. 


 


INJUSTIÇA

Arte de Cínthya Verri


— Não confie na frase de sua avó, de sua mãe, de sua irmã de que um dia encontrará um homem que você merece.

Não existe justiça no amor.

O amor não é censo, não é matemática, não é senso de medida, não é socialismo.

É o mais completo desequilíbrio. Ama-se logo quem a gente odiava, quem a gente provocava, quem a gente debochava. Exatamente o nosso avesso, o nosso contrário, a nossa negação.

O amor não é democrático, não é optar e gostar, não é promoção, não é prêmio de bom comportamento.

O melhor para você é o pior. Aquele que você escolhe infelizmente não tem química, não dura nem uma hora. O pior para você é o melhor. Aquele de quem você procura distância é que se aproxima e não larga sua boca.

Amor é engolir de volta os conselhos dados às amigas.

É viver em crise: ou por não merecer a companhia ou por não se merecer.

Amor é ironia. Largará tudo — profissão, cidade, família — e não será suficiente. Aceitará tudo — filhos problemáticos, horários quebrados, ex histérica — e não será suficiente.

Não se apaixonará pela pessoa ideal, mas por aquela que não conseguirá se separar. A convivência é apenas o fracasso da despedida. O beijo é apenas a incompetência do aceno.

Amar talvez seja surdez, um dos dois não foi embora, só isso; ele não ouviu o fora e ficou parado, besta, ouvindo seus olhos.

Amor é contravenção. Buscará um terrorista somente para você. Pedirá exclusividade, vida secreta, pacto de sangue, esconderijo no quarto. Apagará o mundo dele, terá inveja de suas velhas amizades, de suas novas amizades, cerceará o sujeito com perguntas, ameaçará o sujeito com gentilezas, reclamará por mais espaço quando ele já loteou o invisível.

Ninguém que ama percebe que exige demais; afirmará que ainda é pouco, afirmará que a cobrança é necessária. Deseja-se desculpa a qualquer momento, perdão a qualquer ruído.

Amar não tem igualdade, é populismo, é assistencialismo, é querer ser beneficiado acima de todos, é ser corrompido pela predileção, corroído pelo favoritismo. É não fazer outra coisa senão esperar algum mimo, algum abraço, algum sentido.

Amor não tem saída: reclama-se da rotina ou quando ele está diferente. É censura (Por que você falou aquilo?), é ditadura (Você não devia ter feito aquilo!). É discutir a noite inteira para corrigir uma palavra áspera, discutir metade da manhã até estacionar o silêncio.

Amor é uma injustiça, minha filha. Uma monstruosidade.

Você mentirá várias vezes que nunca amará ele de novo e sempre amará, absolutamente porque não tem nenhum controle sobre o amor.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

No Dia do Defensor Público minha homenagem...

Se minha mãe fosse viva com certeza hoje ela diria "vai lá e escreve alguma coisa, tu escreve bonito". Pois é, hoje eu tenho que escrever alguma coisa, pois hoje é o Dia Nacional do Defensor Público.

Se o meu texto vai sair bonito ou não eu não sei, apenas sei que bonito mesmo é o trabalho destes profissionais. Eu sou suspeita para falar (logo vocês vão entender o motivo), mas a sociedade, o povo, reconhece esta instituição!

Este ano o Tribunal de Contas do Estado (TCE) encomendou uma pesquisa sobre o grau de confiança dos gaúchos em relação a sete instituições. Entre elas estavam a Defensoria Pública do Estado, Polícia Federal, Ministério Público, Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas da União. A Defensoria ficou em segundo lugar, perdendo somente para a Polícia Federal, mas desbancou órgãos extremamente importantes para a sociedade, como o próprio Tribunal e até mesmo o parlamento gaúcho, afinal somos nós que elegemos os deputados!

Quer reconhecimento maior que este? Sim, acredito que existe um reconhecimento maior que este. Eu não sou defensora pública, muito menos sou da área jurídica, mas cresci praticamente dentro da defensoria e me sinto no direito de afirmar que o maior reconhecimento para um defensor é quando um cidadão o procura.

Neste Dia do Defensor Público um filme de minha vida se passa aqui dentro da minha cabeça e do meu coração. Muitos sabem que minha madrinha é defensora e que minha mãe trabalhou muitos anos na DPE.

Lembro do dia que fugi de casa com meu avô. Usávamos pijama e saímos da Rua Duque de Caxias para ir até a sede da DPE que ficava na Rua Jerônimo Coelho. Também me recordo da mudança para atual sede da  Rua 7 de Setembro.

É muita história para contar! Mas hoje eu quero é parabenizar todos os defensores públicos e em especial a Dra. Cleomir de Oliveira Carrão. Sim, a minha madrinha, mais conhecida como dinda Cléo.

Em 1994, durante o governo de Alceu Collares, nasceu a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul graças ao trabalho dela e de uma série de colegas que deram vida a esta instituição. Minha dinda foi a primeira Defensora Pública Geral do Estado. Tenho muito orgulho disto, pois além da importância do trabalho dos defensores lá estava uma mulher mostrando que nós (mulheres) podemos!

Eu poderia anexar aqui o seu currículo, contar da vez em que ela foi Subdefensora no governo Olívio Dutra, ou até mesmo de quando foi presidente da Associação dos Defensores Públicos. Mas não acho necessário, pois quem está com 68 anos de idade e ainda trabalha de segunda à segunda com amor e entusiasmo por suas causas, sendo que já poderia estar aposentada, não precisa de apresentações!

                     Imagens extraídas do Informativo da ADPERGS - Sexta Edição




Dinda,

Tu és um exemplo de mulher e de profissional. Não escolhi o direito como profissão, às vezes acho que um dos teus maiores sonhos na vida era me ver formada em direito. Mas espero ser uma jornalista com pelo menos 10% da competência profissional que tu tens. E também espero que enquanto jornalista eu possa dar mais notícias boas do que ruins em reportagens que estejam ligadas a área do direito. Não fique brava por eu revelar tua idade. Tu não tens nenhuma plástica, nenhum botox, nada destas invenções que a medicina estética criou. As mais lindas expressões que uma mulher pode ter no rosto e no corpo são as do tempo. Tempo dedicado a família, ao trabalho, aos amores, a vida!
Parabéns pelo teu dia. Que a luta dos defensores continue. Vida longa a Defensoria Pública!


P.S: Dedico este texto a duas pessoas que foram importantes para a história da DPERS: Arminda Vitória e Tânia Cauduro.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Longe do mar

Já senti muitas dores. Dores físicas, dores do corpo, dores do coração e dores da alma. Quem aqui não sentiu algum tipo destas dores uma vez na vida né? Mas como dói quando todas elas se misturam!

Sabe quando a gente pega um punhado de areia nas mãos e vê ela escorrendo pelos dedos? É assim que estão escorrendo todos os meus sonhos. Eram sonhos que já tinha, sonhos que construí, sonhos meus, sonhos nossos.

A areia escorreu pra dentro de um buraco bem fundo. Buraco este onde eu também estou. E sabe aquela dor que citei no início do texto? Pois é, esta dor me deixou inerte. Quando o corpo e o coração estão quebrados em pedacinhos fica difícil sair daqui.

Achei que tudo aquilo estava mais perto de mim. Mas simplesmente do dia pra noite aquilo tudo está mais longe do que posso imaginar. Tão longe que já nem enxergo mais a casa, a cama, a cidade e o mar.

É amigos, já viram algum peixe que cai na areia bem longe do mar se salvar?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

MÃE SAUDADE, por Luiza Carravetta


Pensei, pensei, pensei...Procurei várias palavras para começar a escrever este post e não encontrei. Então apenas irei explicar a história. Recebi o e-mail abaixo de uma querida professora de faculdade. A Luiza Carraveta é com certeza uma das professoras que mais marcou minha vida acadêmica.

O E-MAIL


Dear Natália,

Eu sempre te senti guerreira, plena, sensível, competente, amiga, generosa. Eu acompanhei o teu crescimento no Curso, desde o teu envolvimento no DA (Diretório Acadêmico), até as tuas atividades na sala de aula. Entretanto, a tua evolução como pessoa, principalmente no lado espiritual, me permite te colocar num lugar especial no meu coração. Eu percebi o teu envolvimento com a tua mãe no semestre passado e o quanto foste importante para ela.

Tenho certeza de que de onde ela está, ela olha por ti, cheia de orgulho e de felicidade plena.
Eu jamais vou esquecer da participação dela na nossa Mostra de Vídeo. Foi muito importante a presença dela com a gente. Confesso-te que fiquei emocionada. Que bom que ela pode participar de uma das tuas realizações acadêmicas e que bom que eu pude estar junto. Tenho bem presente a lembrança dela, das palavras e do abraço caloroso que trocamos.

Estou te encaminhando um texto meu. Podes ter certeza de que as nossas mães são eternas, pois nunca morrerão em nossos corações.Conta comigo sempre, como tua amiga de verdade.

Kisses.Luz e Paz.
Luiza

*

Minha professora citou um dos momentos mais felizes de minha vida. No final de 2010 minha mãe mesmo doente foi até a minha faculdade assistir os documentários que produzimos naquele semestre. Saiu de casa e da cama, enfrentou suas dores físicas e foi!

Foi um dia muito especial pra mim. Minha mãe já conhecia minha faculdade, já tinha ido até a Unisinos, mas naquele dia ela conheceu a Luiza, alguns outros professores, meus colegas e principalmente meu trabalho.

Eu já estava ciente da gravidade da sua doença e fiz o possível para que ela estivesse lá pois não tinha certeza se ela conseguiria estar na minha formatura. Na foto abaixo um registro deste dia. Minha mãe, Dona Leda (outra mulher fantástica, que originou meu documentário), eu e minha amada amiga Natália Longoni.

O texto que a Luiza cita no e-mail é lindo. Vou compartilhar ele com vocês porque tudo o que eu gostaria de dizer para vocês nesta dia das mães está no texto!


MÃE SAUDADE

Luiza Carravetta

Aproxima-se mais um “Dia das Mães”. Com os apelos frenéticos do comércio, é impossível passar incólume pela data. Entre super ofertas, encontram-se roupas, sapatos, perfumaria, utilidades e “inutilidades domésticas” (aquelas que só ocupam espaço e que nunca são usadas). Além disso, muitos brindes, como sorteio de viagem, passeios inesquecíveis, carros e outros tantos mimos são disponibilizados para atrair filhos, preocupados em homenagear as mães, comprando presentes e podendo, ainda, agraciá-las com a participação em sorteios.

E é neste clima, em meio a muitas compras e a pacotes multicores, que fico pensando no verdadeiro sentido do dia a dia das mães. Ao invés de coisas materiais, como seria bom o aconchego do abraço, o olhar de cumplicidade, o divertir-se com as alegrias cotidianas, a conversa ao pé do ouvido, os conselhos, as broncas, as concordâncias e discordâncias no bate-papo, a partilha, conseguida nas refeições.

Mas há, também, as lembranças e relembranças das mães saudade. Se, fisicamente, elas não estão mais aqui, as suas marcas são fortes e indeléveis nos corações de seus filhos, pois mães nunca morrem, somente mudam de dimensão.

No diálogo do silêncio, a voz é audível, pois se escuta a voz de mãe, quando se quer, podendo usufruir de todas as suas inflexões e nuances e até escolher os seus melhores momentos. Daí advém as orientações, as direções, os caminhos a seguir.

Na memória olfativa, há o cheiro inconfundível de mãe, com aquele perfume exalando na proximidade do corpo ou ocupando espaços. Há também aqueles aromas de cozinha, do macarrão de domingo, dos bolinhos de chuva ou mesmo da carne de panela ou do bife, empestando a casa toda.

Com os olhos da imaginação, elas são percebidas com toda a sua exuberância e beleza, pois as mães sempre são lindas. As roupas podem ser simples, singelas ou até sofisticadas e de grife, mas são inconfundíveis, pois vêm das mães como modelos de referência.

Do toque da pele percebe-se a sutileza do sentir-se próximo, da mãe que acolhe, que acarinha, que põe no colo, que beija, que se aproxima sem medo.

Não existem palavras, por mais que se percorra o dicionário, que digam o que é ser mãe, quer seja ela presente ou mãe saudade. Os vocábulos fogem, quando se quer dizer tudo o que se sente, pois é impossível expressar o que só o coração sabe fazer. Portanto, neste dia das mães, quem as têm pode usufruir deste momento único, estando perto delas e para as que já partiram é bom saber que mães saudade são eternas, sempre presentes na alma e na vida dos seus filhos.

*

Querida Professora,

Me deixaste sem palavras e com os olhos cheio d´água. Fiquei emocionada com teu e-mail! Tu sabes que estou chegando ao fim desta etapa e fiquei muito feliz com o que escreveste sobre mim. Pode ter certeza que não estou saindo da faculdade somente com um diploma. Aprendi muito em todos os sentidos! Realmente aquele dia foi muito especial. Sou grata a ti pela grande professora que tu és com todos teus alunos. Como bem disseste sei que nossas mães estão eternamente em nossos corações. Obrigada por tudo e conte sempre com minha amizade!

domingo, 1 de maio de 2011

Tragédia é não lembrar com doçura

Para Francisco e todos nós*

A história é a seguinte. Ela era uma publicitária mineira de 36 anos que estava vivendo uma história de amor com todos os ingredientes que se sonha: reciprocidade, leveza, afinidades, planos e, pra completar, um filho na barriga. Engravidara de surpresa, e festejou. O homem com quem repartia esse conto de fadas também ficou emocionado com a notícia, e passaram a curtir cada passo rumo à nova etapa. Quando ela estava com sete meses de gravidez, ele morreu de uma hora para outra.

O horror da morte súbita de um amor e o êxtase de uma nova vida chegando: foi essa contradição emocional que, quatro anos atrás, viveu Cristiana Guerra, atualmente uma conhecida blogueira especializada em moda (www.hojevouassim.com.br). Cris transitou entre o céu e o inferno. Poderia ter se entregado à vitimização, mas fez melhor: transformou sofrimento em poesia.

Francisco nasceu dois meses depois, forte, saudável e órfão. Cris não se conformou com a ausência de um dos protagonistas da história, e foi então que começou a escrever cartas para que seu bebê lesse quando tivesse idade para tal. Nessas cartas, contou sobre quem era seu pai, como ela e ele se conheceram, e os problemas e alegrias pelos quais passaram durante o pouco tempo de convívio, algo em torno de dois anos de relacionamento. Esses textos, ilustrados com fotos do casal e complementados por alguns e-mails trocados, virou um livro, Para Francisco, da Editora Arx.

Cris me entregou esse livro em mãos dias atrás, quando a conheci em Belo Horizonte. É uma mulher charmosa, firme, bem-humorada. Participamos juntas de um evento e depois voltei ao hotel, onde dei as primeiras folheadas no livro. Na manhã seguinte, ele já havia sido devorado, e me senti agradecida pela oportunidade. Em tempos em que só se fala em amores fóbicos, ler o texto elegante e inteligente da Cris me fez ter uma nova perspectiva do que é tragédia. Tragédia é não lembrar com doçura.

A relação de Cris com o pai de seu filho não teve tempo para o desgaste e a falência. Tiveram alguns desencontros, mas nada que fraturasse a relação que era encantadora e sólida a seu modo. Não sei se duraria pra sempre, mas durou o suficiente pra montar a memória afetiva que estruturará a vida de um menino que conhecerá seu pai através da visão de sua mãe. Nunca havia pensado nisso: vemos nossos pais através dos olhos de nossas mães – estando eles vivos ou não.

A narrativa dessa vida-e-morte simultâneas é contada com desembaraço, emoção e nenhuma pieguice, mesmo tendo todos os elementos para virar um dramalhão. Mas Cris Guerra não deixou a peteca cair e, além de um belo livro, nos deixou um recado valioso: a vida não apenas continua, ela sempre recomeça.

*Coluna da Martha Medeiros deste domingo 1 de maio de 2011. Para Franciscos, Natálias, Marianas, Joãos, Marias....etc.
Dedico para a querida Mari Duda!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu observei...


"Eu preciso da sua ajuda para me mostrar caminho. Me mostrar como viver uma vida que não é segura. Mas é boa!"

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Casa deserta

Os olhos transbordavam e falavam mais que a boca junto com suas mãos. Desta forma descrevo a fonte que entrevistamos ontem. Uma mulher, uma jovem, uma mãe. Simplesmente amor.

Não sei se me envolvo demais com as histórias de vida que cruzam a minha vida. Talvez o certo seria eu ter mais sangue frio com os chamados "cases" que surgem nas pautas da minha (futura) profissão. Difícil tarefa. Pois além de possuir fortes características do meu signo o que me levou a ser (futura) jornalista é a minha mania de observação. Sou curiosa ao extremo.

Pode até ser que a vida tenha me deixado mais sensível. Sem problemas. A sensibilidade tem feito eu enxergar o mundo com outros olhos. E são com estes olhos que quero mostrar o mundo aos outros. Devaneios de uma foca? Não sei. A Natália jornalista é tão Vitória quanto a Natália Vitória.

Por fim, compartilho com vocês a mais bela frase que minha fonte compartilhou comigo:

"Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte." (Caio F.)

Sem mais. Só quem teve sabe!

P.S: Laura Jansen me embalou neste post!


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Só as filhas são felizes...

Hoje Cazuza completaria 53 anos. Acho ele sensacional. Sua história de vida e sua veia artística são admiráveis.

Quem não se identifica nem que seja com algum trecho de uma letra dele? Quem nunca quis de presente o "bis" de uma certa pessoa? Quem nunca teve a hora da sessão coruja? Quem nunca viu o mundo inteiro acordar? São tantas letras que não cabem aqui. Poderia passar o dia inteiro ouvindo suas músicas... E de preferência desfrutando do pôr do sol do Arpoador, seu local preferido no Rio de Janeiro.

Viva Cazuza! Vamos pedir piedade pra essa gente careta e covarde, pois o tempo não para e quem tem um sonho não dança!!!!

Já ouvi muita gente dizendo que ele era um filhinho de papai e porra louca. Mas hoje Cazuza, peço tua permissão para te corrigir e afirmar: SÓ AS FILHAS SÃO FELIZES!

Você tem que entender
Que eu sou filho único
Que os filhos únicos são seres infelizes
(Filho único - Cazuza)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Conselho

Não preciso explicar os motivos pelo qual vou publicar esta parte do programa Esquenta, né?


segunda-feira, 21 de março de 2011

...

No dia em que quem me deu a vida partiu vi que uns panfletos circulavam de mãos em mãos. Peguei um mas não prestei muita atenção. Hoje ao organizar minhas coisas achei um destes panfletos. Parei para ler. E sem mais, pois meus olhos já se encheram d´água, deixo vocês com Santo Agostinho:


A Morte não é Nada

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."

A pessoa errada

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa,

não existe uma pessoa certa pra gente

Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é,

na verdade, a pessoa errada

Porque a pessoa certa faz tudo certinho

Chega na hora certa,

Fala as coisas certas,

Faz as coisas certas,

Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas

Aí é a hora de procurar a pessoa errada

A pessoa errada te faz perder a cabeça

Fazer loucuras

Perder a hora

Morrer de amor

A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar

Que é prá na hora que vocês se encontrarem

A entrega ser muito mais verdadeira

A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa

Essa pessoa vai te fazer chorar

Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas

Essa pessoa vai tirar seu sono

Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível

Essa pessoa talvez te magoe

E depois te enche de mimos pedindo seu perdão

Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado

Mas vai estar 100% da vida dela esperando você

Vai estar o tempo todo pensando em você

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo

Porque a vida não é certa

Nada aqui é certo

O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo

Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo

E só assim é possível chegar àquele momento do dia

Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"

Quando na verdade

Tudo o que Ele quer

É que a gente encontre a pessoa errada

Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.


Dizem que este texto é do Luís Fernando Veríssimo. Realmente eu não sei. Pesquisei na internet, mas não posso confirmar se ele é o autor. Também encontrei em alguns sites este texto com o final que segue abaixo.


Nossa missão:

Compreender o universo de cada ser humano,

respeitar as diferenças,

brindar as descobertas,

buscar a evolução.


Tanto faz a forma como ele termina. O fato é que ele é pra ti Jeferson Araújo!

sábado, 19 de março de 2011

Outra coisa

Você pode estar vestida toda de verde limão e com uma melancia na cabeça. Todos vão te achar ridículo. Certo? Sim, menos sua mãe.

Você vai rabiscar um quadrado numa folha e dizer que desenhou uma casa. Todos vão discordar. Certo? Sim, menos seu pai.

Você vai se olhar no espelho e se sentir o último moicano. Certo? Sim, menos seus pais.

Não minha gente, não é a ausência dos meus pais que to sentindo. É outra coisa. Talvez quem tenha um mínimo de sentimentos dentro do coração entenda. E você? Você sabe o que é?


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desculpas

Este post é um pedido público de desculpas. Vou explicar...

No meu aniversário abri os olhos, ouvidos e o coração e prestei atenção com muito cuidado e carinho no que meus amigos me falaram. Mas o que uma amiga me disse em especial me tocou profundamente. Não vou citar nomes de quem falou, nem citar nomes de quem quero me desculpar. Os que sabem irão entender.

Primeiro gostaria de deixar bem claro que vocês me conhecem e sabem muito bem como sou. Não preciso e nem quero ficar justificando meu jeito de ser. Quando a gente gosta de alguém, seja no amor ou na amizade, aceitamos, ou aprendemos a aceitar, as pessoas como ela são.

Acredito que por várias vezes eu pedi e cobrei de vocês muito mais do que aceitei. Por isso o meu pedido de desculpas. Como bem disse essa amiga eu peguei o peso que o mundo e a vida colocaram em minhas costas e dividi com vocês. Muitas vezes esqueci que vocês também tinham problemas. Infelizmente os meus problemas pareciam ser maiores, parecia ser o final do mundo. Mas aqui estou e meu mundo não acabou. A vida segue!

Nem todos levaram consigo alguns quilos de peso "dos problemas da Natália". Alguns simplesmente não quiseram, outros não se importaram, outros tinham os seus problemas ou até mesmo outras coisas mais importantes. Não julgo. Sério, não julgo mesmo! A vida tem me ensinado muito. Estou revendo meus conceitos e além disto estou tentando lidar com meu maior defeito: o rancor. Não é fácil lidar com a gente mesmo, nada fácil.

Bom, o quero dizer pra vocês é que problema não se compara. Se forcei vocês a absorverem meus problemas peço desculpas. Acredito, aliás, nunca deixarei de acreditar que amigos também são pra isto. Amigos transformam a mesa do bar em divã.

Se deixei de ser divã para vocês não foi por querer. Ninguém tinha e ninguém tem obrigação de levar o problema dos outros para a sua vida. Sei com quem posso contar para cada coisa. Mas quero que saibam que também podem contar comigo. Falarei dos meus problemas pra vocês e também escutarei os problemas de vocês. Fazer parte da vida de cada um também me deixa feliz!

Por enquanto é isto. Um singelo pedido de desculpas que finalizo com este poema, dizem ser o Einsten. Independente do autor ele diz muito.


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pedaços de mim

Hoje não vou chorar. O dia 21 de fevereiro com certeza foi o dia mais feliz na vida deles!
Para eles que por toda eternidade serão "pedaços de mim"...


Pedaços de mim (Martha Medeiros)

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Uma fatia de sonho?

Era madrugada de uma noite qualquer em Porto Alegre. Quatro mulheres jogavam canastra na sala e ouviam alguma música no estilo Maria Bethânia ou Chico Buarque. O whisky era acompanhado de pedras de gelo. Ao lado das mulheres, da bebida, das cartas e da boa música uma menina rodava incessantemente a mesa do jogo e repetia: "Mãe, quero pintar meu cabelo de loiro".

Alguns anos se passaram e lá estava a menina de cabelos dourados...

Essa é uma das inúmeras lembranças que tenho de minha infância. Cresci no meio de uma família grande, repleta de amigos, e que me apresentou a este tal cara chamado Chico Buarque. Cresci no meio de boêmios e da roda de samba. Uma mestre na arte do direito, um mestre na arte da cozinha e uma rainha do lar me deram tudo aquilo que se tem de mais importante na vida: amor!

Aos seis, sete, oito anos de idade parecia impossível pintar meus cabelos de loiro. Aqui estou eu, completando 24 anos e com o cabelos mais claros (não completamente loiros).

Bom, dai você deve estar se perguntando por qual motivo resolvi falar disto justo no meu aniversário? Pois é, ao invés de dividir com vocês uma fatia de bolo preferi compartilhar com vocês um pouco dos meus sonhos!

Quem nunca parou para fazer um balanço de sua vida em seu aniversário? Eu fiz isto nos últimos dias. O resultado são algumas certezas e várias incertezas. Estou recomeçando. Mas aquele meu grande e velho sonho continua dentro de mim. Continua tão novo e insistente quanto aquela menina que um dia quis pintar os cabelos de loiro. No meu sonho também tem um pedaço de pão e um pouco de açúcar. Não preciso nem dizer qual é né? Então pra vocês, um pedacinho do meu sonho...




Obs: Esse post é dedicado a todos aqueles que fazem parte da minha vida ou que um dia cruzaram meu caminho. Amigos, amores ou desafetos, seja o que for, aprendi muito com vocês!



domingo, 20 de fevereiro de 2011

A voz do coração

"Cada um pode com a força que tem na leveza e na doçura de ser feliz".

Essa frase é trecho de uma música da Vanessa da Mata, cujo título é "Onde ir". A letra é simplesmente linda e a composição da música muito mais. Hoje ouvi ela e lembrei que uma querida amiga me dedicou esta frase no meu aniversário ano passado. Parei, ouvi, senti e refleti...


Ouvir o coração...

Ano passado meu pai partiu três dias antes do meu aniversário, além disto era carnaval. Já imaginou meu aniversário no carnaval? É juntar a fome com a vontade de comer! Mas infelizmente nem tudo sai como planejamos. Resolvi ouvir meu coração e abri mão do presente de aniversário que tinha ganhado dele mesmo. Deixei de ir para o Rio de Janeiro e escolhi ficar ao lado dele e da minha família. Fiz a escolha certa, pois fiquei ao lado dele até seu último suspiro.

Meus amigos não deixaram de comparecer em momentos tão antagônicos: no enterro do meu pai e depois no meu aniversário. Alguns deles me deram um presente extremamente simbólico, lindo e criativo. E lá neste presente consta a frase de abertura deste post.

Não se completou nem um ano que ele partiu e lá se foi ao encontro dele minha mãe. Desta vez ela nos deixava também três dias antes de seu aniversário. Assim como meu pai minha mãe "convivia", lutava diariamente contra um câncer, e ambos sempre me permitiram e me incentivaram a fazer tudo e nunca abrir mão de nada. Porém mais uma vez resolvi ouvir meu coração. Dos inúmeros convites que recebi para festejar o reveillon longe de casa escolhi ficar ao lado de minha mãe e minha família. Esta é outra escolha da qual não me arrependo, pois também fiquei ao lado dela até o último suspiro, aliás, suspiro profundo diga-se de passagem.

Minha mãe lutou até o último minuto, nunca se deixou abater, desde 2006 enfrentou o câncer de frente. Em seus últimos dia de vida, já hospitalizada, mesmo não conseguindo falar direito por causa do tubo de oxigênio fazia piadas. Vaidosa como sempre pediu que eu fizesse suas unhas. Fez planos, queria mudar os móveis de lugar em casa, estava de malas prontas para ir visitar meu tio em Santa Catarina, queria ir à praia, tomar cerveja e comer camarão.

Estou aprendendo muito com os últimos acontecimentos que ocorreram em minha vida. Os dois últimos anos não foram fáceis. Como disse no penúltimo post "é tempo de recomeçar"! Não sei se fui uma boa filha, sempre fui um pouco revoltada e muito desobediente. Mas diante de tudo isto tenho uma coisa bem clara dentro de mim: consciência e coração leves.

Não me arrependo das coisas que abri mão por meus pais. Poucos sabem, (aliás, acho que somente minha madrinha e meus pais), que havia ganhado uma bolsa de estudos na Espanha. Infelizmente essa oportunidade bateu a minha porta no mesmo momento em que descobrimos o câncer do meu pai. Lembro como se fosse ontem, do dia em que ele me chamou em seu quarto, e com os olhos cheio d´água, pois era muito emotivo, naquela conversa particular de pai para filha, disse que deveria ir. Não fui.

A melhor escolha que pude fazer, assim como nos outros momentos que já contei aqui, foi ter ficado em casa. Sou insegura e indecisa, mas só acertei "onde ir" pois ouvi meu coração.





Onde ir (Vanessa da Mata)


Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LUTO


Como era de se imaginar eu deixei este cantinho meio abandonado. Entrei aqui hoje e vi que ganhei novos leitores, que bom! Também vi que recebi recados de carinho, muito obrigada a todos!

Alguns já sabem que no dia 09 de janeiro a mulher mais importante da minha vida partiu. Foi se encontrar com meu pai. Então peço desculpas aos poucos e queridos leitores do meu blog, mas ainda estou fechada para balanço. É tempo de recomeçar, mas em breve passo por aqui!

Fácil não está sendo, mas meus pais me deixaram muitos ensinamentos, principalmente me deram muito amor, e com eles, com a vida deles, aprendi que o amor é fundamental, pois nem a morte os separou.

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."