sexta-feira, 6 de maio de 2011

MÃE SAUDADE, por Luiza Carravetta


Pensei, pensei, pensei...Procurei várias palavras para começar a escrever este post e não encontrei. Então apenas irei explicar a história. Recebi o e-mail abaixo de uma querida professora de faculdade. A Luiza Carraveta é com certeza uma das professoras que mais marcou minha vida acadêmica.

O E-MAIL


Dear Natália,

Eu sempre te senti guerreira, plena, sensível, competente, amiga, generosa. Eu acompanhei o teu crescimento no Curso, desde o teu envolvimento no DA (Diretório Acadêmico), até as tuas atividades na sala de aula. Entretanto, a tua evolução como pessoa, principalmente no lado espiritual, me permite te colocar num lugar especial no meu coração. Eu percebi o teu envolvimento com a tua mãe no semestre passado e o quanto foste importante para ela.

Tenho certeza de que de onde ela está, ela olha por ti, cheia de orgulho e de felicidade plena.
Eu jamais vou esquecer da participação dela na nossa Mostra de Vídeo. Foi muito importante a presença dela com a gente. Confesso-te que fiquei emocionada. Que bom que ela pode participar de uma das tuas realizações acadêmicas e que bom que eu pude estar junto. Tenho bem presente a lembrança dela, das palavras e do abraço caloroso que trocamos.

Estou te encaminhando um texto meu. Podes ter certeza de que as nossas mães são eternas, pois nunca morrerão em nossos corações.Conta comigo sempre, como tua amiga de verdade.

Kisses.Luz e Paz.
Luiza

*

Minha professora citou um dos momentos mais felizes de minha vida. No final de 2010 minha mãe mesmo doente foi até a minha faculdade assistir os documentários que produzimos naquele semestre. Saiu de casa e da cama, enfrentou suas dores físicas e foi!

Foi um dia muito especial pra mim. Minha mãe já conhecia minha faculdade, já tinha ido até a Unisinos, mas naquele dia ela conheceu a Luiza, alguns outros professores, meus colegas e principalmente meu trabalho.

Eu já estava ciente da gravidade da sua doença e fiz o possível para que ela estivesse lá pois não tinha certeza se ela conseguiria estar na minha formatura. Na foto abaixo um registro deste dia. Minha mãe, Dona Leda (outra mulher fantástica, que originou meu documentário), eu e minha amada amiga Natália Longoni.

O texto que a Luiza cita no e-mail é lindo. Vou compartilhar ele com vocês porque tudo o que eu gostaria de dizer para vocês nesta dia das mães está no texto!


MÃE SAUDADE

Luiza Carravetta

Aproxima-se mais um “Dia das Mães”. Com os apelos frenéticos do comércio, é impossível passar incólume pela data. Entre super ofertas, encontram-se roupas, sapatos, perfumaria, utilidades e “inutilidades domésticas” (aquelas que só ocupam espaço e que nunca são usadas). Além disso, muitos brindes, como sorteio de viagem, passeios inesquecíveis, carros e outros tantos mimos são disponibilizados para atrair filhos, preocupados em homenagear as mães, comprando presentes e podendo, ainda, agraciá-las com a participação em sorteios.

E é neste clima, em meio a muitas compras e a pacotes multicores, que fico pensando no verdadeiro sentido do dia a dia das mães. Ao invés de coisas materiais, como seria bom o aconchego do abraço, o olhar de cumplicidade, o divertir-se com as alegrias cotidianas, a conversa ao pé do ouvido, os conselhos, as broncas, as concordâncias e discordâncias no bate-papo, a partilha, conseguida nas refeições.

Mas há, também, as lembranças e relembranças das mães saudade. Se, fisicamente, elas não estão mais aqui, as suas marcas são fortes e indeléveis nos corações de seus filhos, pois mães nunca morrem, somente mudam de dimensão.

No diálogo do silêncio, a voz é audível, pois se escuta a voz de mãe, quando se quer, podendo usufruir de todas as suas inflexões e nuances e até escolher os seus melhores momentos. Daí advém as orientações, as direções, os caminhos a seguir.

Na memória olfativa, há o cheiro inconfundível de mãe, com aquele perfume exalando na proximidade do corpo ou ocupando espaços. Há também aqueles aromas de cozinha, do macarrão de domingo, dos bolinhos de chuva ou mesmo da carne de panela ou do bife, empestando a casa toda.

Com os olhos da imaginação, elas são percebidas com toda a sua exuberância e beleza, pois as mães sempre são lindas. As roupas podem ser simples, singelas ou até sofisticadas e de grife, mas são inconfundíveis, pois vêm das mães como modelos de referência.

Do toque da pele percebe-se a sutileza do sentir-se próximo, da mãe que acolhe, que acarinha, que põe no colo, que beija, que se aproxima sem medo.

Não existem palavras, por mais que se percorra o dicionário, que digam o que é ser mãe, quer seja ela presente ou mãe saudade. Os vocábulos fogem, quando se quer dizer tudo o que se sente, pois é impossível expressar o que só o coração sabe fazer. Portanto, neste dia das mães, quem as têm pode usufruir deste momento único, estando perto delas e para as que já partiram é bom saber que mães saudade são eternas, sempre presentes na alma e na vida dos seus filhos.

*

Querida Professora,

Me deixaste sem palavras e com os olhos cheio d´água. Fiquei emocionada com teu e-mail! Tu sabes que estou chegando ao fim desta etapa e fiquei muito feliz com o que escreveste sobre mim. Pode ter certeza que não estou saindo da faculdade somente com um diploma. Aprendi muito em todos os sentidos! Realmente aquele dia foi muito especial. Sou grata a ti pela grande professora que tu és com todos teus alunos. Como bem disseste sei que nossas mães estão eternamente em nossos corações. Obrigada por tudo e conte sempre com minha amizade!

Um comentário:

EFEITO EM PANO disse...

Nathy, vou usar também as palavras de muita sensibilidade da tua Mestra, ela realmente conseguiu expressar em palavras este sentimento que temos pelas Mães!
bj Mari